JESUS, COROA DA CRIAÇÃO |
"Também disse Deus: Façamos à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, sobre os animais domésticos, sobre toda a terra e sobre todos os répteis que rastejam pela terra.
Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; o homem e mulher os criou.
E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra..."
Genesis 1. 26 - 30
O homem deve conhecer a si mesmo para viver vitoriosamente. Não me refiro ao "conhecer a si mesmo" da filosofia grega, que é uma atitude meramente contemplativa do interior e de reflexões místicas que não levam a nada de concreto, de prático, de existencial. Refiro-me ao conhecimento que deve buscar suas origens, das razões pelas quais existe e daquilo que deve buscar nesta vida. O conhecimento científico e místico de si mesmo pode ter seu valor, mas tende a nos afastar da realidade mais próxima que vivenciamos no dia a dia. Ele é um estudo adiantado, que só se deve buscar quando passa pelo estudo primário e elementar. Muitas pessoas se perdem em especulações filosóficas, científicas ou teológicas acerca do que significa o homem e, por isso mesmo, deixam de sorver o que está explícito na simplicidade. É como se ficassem estudando a matéria orgânica do palito do sorvete, enquanto este se derrete.
A verdade está sempre a descoberto, na simplicidade das coisas. Os homens tendem a dificultar tudo. O caçador que se embrenha na floresta, ao sentir sede, procura beber água em poços onde percebe estar a vegetação pisada. Isso indica que aquela água já tem servido a outras pessoas ou animais e que, em consequência, é boa para beber. Devemos nesta vida aprender esta lição. A fonte é boa quando muitos saciam sua sede, e é melhor que bebamos dela do que nos arriscar-mos em fontes desconhecidas. Isto não quer dizer que não venhamos a procurar outras fontes ou a furar outros poços, mas que, com nosso instinto natural, busquemos primeiramente as coisas mais simples e mais fáceis se serem alcançadas.
A Bíblia apresenta o homem como a coroa da criação e cooperador de Deus. Ao criar todas as coisas, Deus determinou que o homem tivesse domínio sobre elas. Cabia ao homem não somente preservar o que tinha criado, mas também desenvolver e multiplicar o obra de Deus de acordo com os recursos que o próprio Deus lhe concedia ( Genesis 2. 1-17 ). O paraíso onde o homem foi colocado significava a condição sob a qual deveria viver. Ali, gozaria de fartura, saúde, paz, alegria, prosperidade e felicidade. Deus fez o homem para viver em abundância de bens e de graça. Ele foi constituído mordomo de Deus junto à criação, e todas as coisas estavam colocadas sob sua autoridade, as quais poderiam ser usadas em seu benefício.
No paraíso tudo era perfeito e belo. As árvores, os rios, as flores e os animais ornamentavam e davam graça ao quadro do qual o homem era o centro. Deus queria que fosse assim. O homem, Sua criatura, feita à Sua imagem e semelhança, deveria ter um "habitat" digno de seu Criador. Isto não seria passageiro. Não havia determinação para que fosse apenas uma experiência da vida humana. Representava o eterno desejo de Deus e a perfeita condição de vida sob a qual o ser humano deveria viver.
Infelizmente, o homem não soube perpetuar aquela condição - Traído pela serpente astuta, símbolo da ambição, do poder e do domínio - uma encarnação do diabo - este cedeu, pecou e por causa do pecado, cauterizado principalmente pela desobediência, não tem cumprido devidamente essa comissão recebida de Deus.
A expulsão do paraíso não significa que Deus tenha mudado de opinião em relação ao homem. Não significa a Sua rejeição, mas um castigo pelo ato de desobediência. Deus continua dando oportunidades. Ele não desistiu de dar ao homem aquilo que lhe preparou. A Bíblia O apresenta como um pai que está sempre dando oportunidades a seu filho rebelde de retornar à casa paterna. Deus deseja restituir ao homem tudo o que ele perdeu, como muito bem esclarece Jesus com a parábola do filho pródigo ( Lucas 15. 11-32 ). É a própria imagem de Deus que vai ser restaurada. O diabo não pode brincar com esta imagem. O homem é um pedaço de Deus. Assim como a obra de arte carrega um pedaço do coração do artista que a produziu, também é o homem, como obra de Deus, e mais um pouco, pois, enquanto o artista cria com madeira, tinta e coisas artificiais, Deus criou o homem e o fez viver com Seu sopro, Seu próprio hálito.
A restauração do homem, além de um ato do amor de Deus, também é uma necessidade Sua. Deus precisa restaurar o homem para restaurar Sua honra, quebrada com a queda. Como um artista que se completa e se identifica em sua obra, Deus também só Se completa e Se identifica em Sua criação, que tem o homem como maior representante. É por isso mesmo que a Bíblia, o livro de Deus, convoca continuamente o homem a louvar e engrandecer Seu Criador.
É a arte identificando o artista, revelando suas qualidades.
"Todo ser que respira louve ao Senhor. Aleluia"
Salmo 150. 6
Em Cristo,
***Lucy ***
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